Diário Elliot Alderson - 42e05877a7c656345

Dia 341

A experiência com os cogumelos mágicos abriu novamente a minha pespectiva sobre o mundo espiritual. Mas com a vida cotidiana, a gente começa a perder essa conexão e percepção, umas das maneiras que encontrei pra me reconectar foi a música, sentir a música quando toco e canto me faz voltar pra esse estado de conexão, que é muito bom.

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Dia 342

O lance de escrever pra desabafar é muito bom, me tira o peso de carregar tudo na mente e me traz mais leveza, é como se eu tivesse tirando as bagagens que carrego comigo.

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Dia 343/365

Hoje a ansiedade me pegou forte, não pude estar tão presente nos exercícios do curso de teatro e isso me deixou um pouco chateado, mas tudo bem, as coisas não precisam ser perfeitas.

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Dia 344

Acho que o essencial é buscar ter uma relação saudável consigo mesmo, há muitos aspectos que não gostamos em nós mesmo, mas precisamos aceitar e lidar bem com eles, se sentir bem consigo é essencial.

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Dia 345

Cada dia é uma nova experiência, um novo aprendizado, ando percebendo a importância de estar conectado no momento presente pra ir com o fluxo das coisas, as vezes nos prendemos muito nos nossos achismos e esquecemos de seguir e aproveitar o que está ali bem na nossa frente.

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Dia 346

Hoje me veio uma dura reflexão sobre as possibilidades da vida.

É possível que eu nunca realize meus sonhos, que eu nunca vá pra frente e sempre fracasse. É possível que eu nunca tenha um relacionamento ou recebe algum afeto do tipo, é possível que nada do que eu almeje se torne real.

A parte mais complicada é aceitar que todos os meus esforços até hoje podem ter sido em vão.

É preciso aceitar a possibilidade de que essas coisas realmente pode acontecer.

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Dia 347

Hoje foi bastante cansativo no trabalho, as vezes penso que eu poderia estar em um lugar melhor mas sei que é algo temporário e me pode gerar bons aprendizados.

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Cara, tenho acompanhado suas reflexões e digo que sinto até certa inveja da consciência e objetividade com que você aparenta fazê-las.

Se me permite, quero compartilhar com você a seguinte oração, famosa em grupos de apoio e recuperação, no caso, centrados na noção da existência de Deus. Talvez você até conheça:

“Oração da serenidade - Deus, conceda-me a serenidade para aceitar as coisas que não posso mudar, a coragem para mudar as coisas que posso e a sabedoria para discernir uma da outra.
Vivendo um dia de cada vez, apreciando um momento de cada vez, recebendo as dificuldades como um caminho para a paz e, como Jesus, aceitando as circunstâncias do mundo como realmente são, e não como gostaria que fossem.
Confiando que o Senhor tudo fará se eu me entregar à Sua vontade; pois assim poderei ser razoavelmente feliz nesta vida e supremamente feliz ao seu lado na eternidade. Amém.”

Como se percebe, ela é concisa, porém, não existem palavras lançadas a esmo em sua conteúdo, e cada uma delas assume profundidade quase inalcançável.

No entanto, se atente à palavra que destaquei. Dentre todas, é ela a que me chama mais a atenção, pois implica que ainda que eu tenha entregado o cuidado de minha vida a Deus, segundo creio, criador do Universo, ser Eterno que se identifica profunda e simplesmente como o “Eu Sou”, e, portanto, de conhecimento e poder inesgotáveis e insondáveis, não posso esperar mais do que ser “razoavelmente” feliz nesta vida.

Assim é, porque enquanto aqui estiver, estarei sob o efeito de minhas fraquezas, ainda que por elas não dominado, sempre influenciado e necessitando resisitir, o que se dá, também segundo minha crença, como resultado do pecado, não só como um comportamento específico, mas enquanto fenômeno incidente sobre mim e toda a criação.

Escrevo isso no intuito de mostrar que mesmo as pessoas que acreditam viver sob a guarda deste Deus onipotente, não esperam viver mais do que razoavelmente felizes nesta vida, o que, apesar de longe de ser pouco, não é nem de perto a perfeição que alguns tentam vender (e alguns, mais especificamente, literalmente) e muitos aparentam comprar, agora não só no âmbito do cristianismo, mas de toda e qualquer ideologia ou filosofia que o homem tente conceber, cada uma apontando para um ideal próprio e que, invariavelmente, é esfregado em nossas caras como já alcançado por uns e outros (religião, política, academia -fisica ou intectual, enfim, grupos e redes sociais quaisquer).

Embora, tenho certeza, sejamos conscientes a respeito da falácia destas reproduções, especialmente em tempos de redes sociais em que isso se faz manifesto, é muito fácil que eu, pelo menos, o esqueça e me veja sob a cobrança de não alcançá-las como tais.

Sendo assim, me cumpre, então, relembrar das palavras dessa oração e da consequente consciência de que, ainda que eu não consiga alcançar padrões ideias ou me libertar de todas as minhas fraquezas, posso enxergar em tudo isso um caminho para a paz, na medida em que eu entregue esse caminho a Deus, pois assim essas inconsistências todas estarão sob o império dEle, para consecução de sua vontade, que não se faz surpreendida ante qualquer circunstância.

A Bíblia narra uma oportunidade em que Jesus Cristo caminhava com seus discípulos e eles se depararam com um homem cego que clamava desesperadamante pela atenção dEle, já sabedor dos milagres que dizia o povo ser Ele capaz de operar. Parando todos para atendê-lo, os discípulos indagaram a Jesus quem havia pecado para que ele manifestasse tal grau de deficiência, o cego mesmo ou seus pais, considerando uma crença neste sentido existente à época, de que as inconsistências do ser eram consequência de um pecado específico, senão do próprio, de um ascendente.

Então, Jesus respondeu aos discípulos que ninguém havia pecado, não naqueles termos especificos, para que ele assim estivesse, mas que assim ele estava para que dessa forma a glória de Deus se manifestasse nele. Na oportunidade, aquele homem cego teve seus pecados perdoados por Jesus Cristo, que mais a frente para isso entregaria a si mesmo voluntariamente numa cruz, e foi curado de sua deficiência.

Esses (em meu sentir) fatos e crenças, revelam então que as minhas deficiências (não os meus pecados), não devem ser encaradas como motivos a se lamentar meramente, mas como oportunidade para manifestar a glória de Deus na medida em que, apesar delas, eu O busque, para que em vez de me permitir ser por aquelas reinado, assim o seja pela direção de minha vida por Ele através delas ou sobre elas, conforme seja Sua vontade de mim removê-las ou não, parcial ou totalmente.

Digo isso porque fui levado a essa reflexão por provocação de outra pessoa, pois, até então, nunca tinha sido capaz de enxergar minhas deficiências como comparáveis à cegueira daquele homem que clamava pela atenção de Jesus Cristo, e, portanto, suscetível à conclusão por Ele explicada, o que me levava a me ver como alguém simplesmente incapaz de honrar a Deus pela minha simples vivência, ante as fraquezas a ela ínsitas e que precisariam, portanto, necessariamente serem estirpadas por completo segundo minha visão deturpada (friso novamente, não falo do pecado, que, sim, precisa ser extirpado e por mim, sozinho, não poderia sê-lo).

Desde então, passei a encarar (ou ao menos tentar) essas deficiências ou limitações de forma diversa, no sentido de que, não sabendo se algum dia delas serei liberto ou não, se a elas algum dia superarei ou não, com elas ou sem elas, me esforçarei para viver da melhor forma possível, com gratidão pelo favor de Deus e guarda de Sua vontade, me mantendo tão aberto quanto possível às experiências que me puderem ser proporcionadas na caminhada, tentando não permitir que o olhar para essas deficiências me impeçam de experimentar qualquer benção ou dádiva, simples ou especial, que nesse caminho surgir.

Trazendo o assunto para algo mais concreto, também tenho minhas questões quanto a relacionamentos com mulheres, sou absolutamente inexperiente no mínimo contato que você puder imaginar, mal conseguindo com elas conversar, ainda que despretensiosamente. Como já disse por aqui, tenho ansiedade social.

Olhar para essas circunstâncias deficientes com desesperança e um impeditivo cabal à construção de qualquer tipo de relação, tem me feito nada além de isso de fato não conseguir realizar, então, a partir dessa transformação de visão que comentei, apesar de ainda sofrer todos os efeitos da dita ansiedade e não saber se com o tempo e a tentativa de a tratar eles serão sequer atenuados, vou adiante me manter simplesmente o mais aberto possível às possbilidiades, enquanto tento, dentre outras coisas, me questionar sobre a real pertinência e necessidade de certos padrões e exigências que sob qualquer aspecto tenha até aqui formulado.

Não sei exatamente como você vê minha crença, mas tenho certeza que ainda que dela não compartilhe ou venha compartilhar, poderá tecer novas reflexões a partir do fato que citei: nem mesmo as pessoas que se acreditam governadas por um ser de insondável poder, Deus, podem esperar que seus sonhos, planos e vida sempre, ou com frequência, se sucedam, e, nunca, ou com raridade, fraquessem, a despeito do que sempre terão motivos ou, é certo, Motivo, para seguir em frente.

Por isso, fica aqui a torcida sincera para que você se mantenha firme e segundo a consciência de que “é preciso aceitar a possibilidade de que essas coisas realmente podem acontecer” e, se me permitir acrescentar, ainda que não aconteçam, motivos outros existirão para caminhar.

Preciso me lembrar disso todos os dias.

Me desculpe por invadir seu diário e, se quiser, posso excluir o post depois que você vê-lo (ou mesmo antes). Abç!

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Obrigado por ter tirado um tempo e escrito esse ótimo texto pra mim! Me surpreendeu de verdade, então muito obrigado!!

Meu relato sobre a aceitaçao das possibilidades ruins acontecerem é justamente esse, mesmo que elas aconteçam e dê tudo “errado”, eu vou continuar bem e ainda sim poderei ser feliz, mesmo que todos esses meus desejos não se concretizem, eu ainda estarei aqui.

Peso desse pensamento é o desapego desses desejos, é deixar ir, é deixar que as coisas sejam como são e não como eu desejo, é deixar que fluxo da vida me guie pro meu caminho e para aquilo que posso vir a aprender nessa experiência da vida.

Já conhecia essa oração e ela é absolutamente linda e profunda, não me considero cristão mas os ensinamentos são universais e o amor de Deus está presente em tudo

Obrigado pelo texto irmão, tamo junto!!

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Dia 349

As vezes me pego sendo egoísta demais, não que isso seja algo absolutamente ruim mas as vezes sinto que posso agregar mais na vida das outras pessoas e não faço por simplesmente não me interessar.

Mas o fato é que me sinto bem quando eu agrego algum valor na vida do outro, mesmo que seja algo simples, me faz sentir uma espécie realização, vou me atentar mais a essa questão.

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Dia 350

Deve haver um paradoxo no egoísmo, quando a gente só se importa com a nossa própria opinião ao nosso respeito, paramos de nós preocupar com o que os outros pensam, logo ficamos menos egocêntricos, deixamos de querer aceitação e não ligamos pra rejeição, acaba que a gente passa a ter mais controle sobre a nossa vida e consequentemente colaboramos quando enxergamos que é algo necessário a ser feito, trazendo benefícios pra outras pessoas

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Dia 351

Acho que o meu problema em ter relacionamentos é simplesmente pelo medo de sofrer, ser magoado e ser rejeitado. Mesmo que eu diga que não tenho relacionamentos por tal e tal motivo, só será uma desculpa, o principal fator é o medo de sofrer mesmo, ter consciência disso pode ser libertador

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A única forma de evitar se machucar com alguém em um relacionamento, é não se relacionar. Mas da mesma forma que nos blindamos das decepções, também nos blindamos de todas as outras coisas boas. Pior do que sair ferido de um relacionamento, é aquela sensação de que o tempo passou e a gente perdeu muitas oportunidades de viver a vida, de arriscar, de se apaixonar. Antes de falar isso pra vc, eu falo pra mim, porque to passando pela mesma coisa. Saí de um relacionamento recentemente que me deixaram algumas marcas, mas que com certeza agregaram na minha maturidade.

Se ainda não é o seu tempo, então vai investindo em vc, mas se é o seu desejo ter um relacionamento, é preciso arriscar.

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Obrigado pelas palavras, não sei ao certo se é o meu momento, mas imagino que irei precisar dedicar muito esforço pra que algo aconteça, daí me pergunto se vale a pena.

Tamo junto

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Dia 352

As vezes acabo esquecendo que existem maneiras saudáveis de lidar com os desejos. No automático sempre caio nas duas opções de reprimir e alimentar, mas há a maneira mais saudável, observar e deixar passar. As vezes tomo umas atitudes incongruentes só por está submerso na energia do desejo, mas eu prezo pela liberdade, o desejo não pode me controlar.

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Dia 353

Quando passo a observar o desejo sexual, ele diminui de importância na minha vida. Muitas vezes me peguei pensando que por eu não está fazendo sexo, eu era alguém inferior ou sem valor de algum modo, mas quando consigo lidar com os meus desejos , me sinto bem e no controle, já não meço meu valor por ter sexo ou não, me sinto completo e realizado, me sinto bem consigo mesmo, como se eu tivesse encontrado as respostas.

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Dia 354

Encontrei uma bela canção agora a noite chamada “Sea of teeth” da banda sparklehorse, pesquisando sobre a banda descobri que o vocalista cometeu suicídio, isso me fez pensar o quão é importante a gente cuidar da nossa saúde mental e não deixa que mentiras acabem com a gente, a vida é importante.

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Nossa vejo as pessoas falando sobre o suicídio isso me incomoda um pouco sei lá gera um medo uma dor infelizmente várias pessoas tiram a própria vida isso é muito triste .

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Dia 355

As vezes me preocupo muito em controlar as coisas, em antecipar as coisas mas preciso largar um pouco esse desejo por controle e deixar que as coisas fluem

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Dia 356

As vezes paro pra pensar no quanto somos privilegiados por viver nesse mundo de hoje, com muito mais conforto que reis antigos tinham, com muito mais comida e segurança, isso só traz um sentimento de gratidão pela vida e o presente.

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