Diário de um pecador perdoado

O verdadeiro eu

Estou a 12 dias longe da PMO e realmente decidido a enfentar todas as tensões me mantendo firme. Durante esse tempo percebo uma nova (talvez a verdadeira) versão de mim surgindo e estou muito feliz com isso. Claro que 12 dias não é uma quantidade tão expressiva longe do vício mas no meu contexto isso é próximo do tempo mais longevo que passei limpo. Há de se ressaltar, também, que dessa vez estou apresentando uma resistência bem maior aos gatilhos e àquelas trapaças (as olhadinhas).

Estou estudando com mais intensidade, percebo que minha memória está retendo mais conhecimento, maior variedade de vocabulário, treinando com mais intensidade, desenvolvendo (ou redescobrindo) habilidades criativas que eu tinha como: tocar violão, escrever músicas e poemas. Sinto que esse é só o começo do desabrochar de uma nova maneira de viver e enxergar a vida. Sempre lembrando do lema : odeio as consequências da PMO, amo os benefícios da vida longe da PMO.

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Verdade, confiança e calma.

Consegui minha maior streak até aqui e não quero parar. Foram 14 dias longe de PMO e pude ter uma breve degustação do que é uma vida em liberdade. Além disso, pude perceber que é possível vencer o vício desde que nos mantenhamos firmes no método correto para deixar isso no passado. Imagino que cada um tenha seus pontos fortes e deve explorar aquilo que funciona para si. Obviamente, em linhas gerais devemos nos manter longe de consumir qualquer tipo de conteúdo seja ele explícito ou não e focar em atividades de substituição (treinar, estudar, hobbies e etc.).

Verdade

Assumo que o conteúdo que a P me oferece é muito interessante, são mulheres com corpos maravilhosos e eu gosto muito de ficar admirando aquilo. Apesar de, quando paro para analisar, perceber que a P em si é violenta, grotesca e humilhante, quando eu estou em êxtase desligo todo o meu conjunto de crenças e me prendo somente à forma. Eu não considero que aquele ser humano está fazendo algo horrível e eu estou fazendo algo mais horrível ainda assistindo aquilo, eu apenas quero consumir, apreciar aquele corpo e sentir prazer.
Entretanto, é verdade também que as consequências dessa prática são horríveis. É necessário, portanto, colocar ambas as realidades na balança e ver qual pesa mais: o desejo pelo conumo ou a vontade de vencer e crescer na vida.

Confiança

Uma vez que reconheço a minha fraqueza perante a PMO preciso ter confiança de que, com o método e a atitude correta, consigo superar essa fase ruim da minha vida que se estende a anos. O que serve para vencer um dia, serve para vencer 90, 180, 360…

Calma

Apesar da extrema vontade de vencer o vício de uma vez por todas é necessário reconhecer que se vence um dia de cada vez.

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Onde está seu coração?

Há uma frase que diz que a verdadeira medida de um homem está no que ele faz quando está só. Em minha vida, segundo essa frase, percebo um duplo padrão que me intriga bastante. Alguma vezes, quando estou sozinho, eu oro, leio a Bíblia e faço devocionais (isso quando estou sóbrio), entretanto, algumas outras vezes eu acabo caindo para a PMO. Diante disso eu me esforço para realçar ainda mais a medida correta, ou seja, aquele lado meu que reconhece que Jesus é o Senhor e que há somente um Deus santo, fiel e verdadeiro.
Ainda vivo períodos cíclicos entre quedas e dias limpos mas reduzi bastante minhas chances de queda (tirei o meu pc do quarto e coloquei na sala e agora só entro no quarto para trocar de roupa, fazer meus devocionais e dormir, isso reduziu bastante o uso do celular dentro do quarto também) desde então não caí mais em casa. Entretanto, ainda não venci totalmente esse mal. O ambiente de trabalho aos finais de semana, quando fico sozinho na sala, ainda me atormenta e eu preciso de uma abordagem mais intensa. Defini uma nova rotina para tentar seguir lá e também levarei o meu computador pessoal para poder ficar jogando caso o tédio tente me atacar.

Eu não sou tão ruim quanto esse vício me faz parecer.
Deus, me ajuda!

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A trave no meu olho

Reconhecer e assumir a hipocrisia dentro de mim mesmo é um processo doloroso de amadurecimento. Muitas vezes temos a tendência de apontar o erro dos outros, a falta de caráter, a maldade no coração. Entretanto, quando tiramos tempo para analisar nossos próprios erros? “Mas comigo é diferente”, é a desculpa que sai da ponta da língua, como uma autodefesa perfeita para quando somos questionados. Contudo, será que eu sou inocente mesmo? Se eu não tivesse interesse em tal conteúdo eu não me encontraria viciado, não estaria nesse ponto. Afinal, existem diversos outros vícios disponíveis no mundo e nenhum deles me aprisionou tal qual a PMO. Essa constatação certamente evidencia que a inclinação sexual do meu coração está substancialmente desequilibrada. Eu minto quando afirmo “odeio mulheres vulgares”, porém, eu gasto horas do meu dia assistindo mulheres vulgares se exibindo de forma imoral.

Será que sou inocente?

Continue tentando

Eu percebi que tenho pânico de PMO. Sinto um desespero toda vez que caio e isso piora a minha condição. A partir de hoje não vou mais ficar revisitando a frustração da queda. Obviamente não quero ficar vivendo em ciclos de queda, entretanto, a vida é muito mais do que PMO, não posso viver em função da pornografia. Ainda que eu esteja longe do meu objetivo (uma vida sem PMO) tenho que encarar o lado positivo. Já estou utilizando tudo que vejo ao meu alcance para me livrar disso e agora é só uma questão de tempo para que isso seja vencido. Preciso continuar mantendo a guarda fechada e se, porventura, eu tomar um golpe e cair, o melhor a se fazer é levantar e continuar lutando.

“Rocky Balboa não era o melhor dos lutadores, ele era só um cara que levantava com mais força toda vez que tomava um soco.”

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Sujeição à soberania de Deus

Todo movimento que o homem faz em direção a Deus é devido ao poder do Espírito Santo que é capaz de quebrantar os corações. Sendo assim, ninguém escolhe a Deus a não ser que o próprio Deus já não tenha o escolhido previamente.

Todo homem é mal, entretanto, Deus, em sua misericórdia, elege alguns para se livrarem de sua ira. Que privilégio é para o eleito ser poupado da ira divina. “Mas como Deus pode se irar?” alguns se perguntam, “afinal, Deus não é amor?”. De fato, Deus é amor, contudo, o vilão sempre tem medo do herói. O homem-aranha é o mocinho, mas os vilões o temem. Da mesma forma, todos os homens são vilões, pecadores, depravados, e Deus, em toda a sua bondade, é o único verdadeiramente santo. Portanto, não se enganem, Deus se ira com o pecado E COM O PECADOR, o único caminho para sermos livres dessa ira é o arrependimento.

Por fim, meu Deus, eu não sou capaz de me livrar dos meus pecados a não ser que o Senhor me livre dessa escravidão. Minha natureza é completamente ruim e, por essa razão, acho loucura essa ideia de olhares pra mim com misericórdia. Sinceramente, acho que nem eu me salvaria. O amor de Deus é algo inigualável. Quem pode entender os seus desígnios? Quem pode entender o seu amor? Quem pode entender Deus?

Não me preocupo com mais nada a não ser me render aos seus pés. Nada tem valor algum se eu perco a minha alma. Eu não sou bom, Deus. Mas se o Senhor quiser, livra-me da escravidão, é tudo o que eu te peço.

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Qual o ídolo do meu coração?

Fui orientado a fazer um jejum específico com a finalidade de descobrir qual o ídolo que está no meu coração fazendo-me consumir PMO. A prática do jejum é algo ainda mais desafiador nos dias de hoje, temos uma rotina cada vez mais intensa e sem tempo para nada, contudo, essa mesma prática indica quem está em primeiro lugar no meu coração e na minha vida. Portanto, nada me impedirá de cumprir uma disciplina espiritual para o meu Rei.

Por outro lado, apesar de eu ter feito apenas o primeiro dia, eu não vejo indício algum do que me faz cair. Não tenho ansiedade, estresse ou qualquer outro tipo de montanha russa de emoções que me apontem para o consumo. Muito pelo contrário, sinto essas coisas após a queda. Parece que a pornografia é um fim em si mesmo e sinto uma confirmação dessa suspeita quando analiso minhas quedas. Não busco pornografia como resposta ou fulga de algum drama interior, eu apenas quero consumir para satisfazer minha carne. Noto, portanto, um caráter edônio em minha vida.

Deus opera milagres em batalhas desiguais. (1 Samuel 17)

A conhecida história de Davi e Golias nos ensina de forma clara sobre a forma que a soberania de Deus se faz presente em nossas vidas. Todas as coisas que existem são apenas meios pelos quais Deus exerce sua vontade. As leis descobertas pela física como a gravidade, ação e reação e o modo como Deus usou Moisés para abrir o Mar Vermelho e Josué para abrir o Rio Jordão são apenas exemplos de como esse processo acontece.

No histórico confronto de Davi e Golias não é diferente, numa leitura rápida e superficial talvez cheguemos à conclusão de que Davi derrotou Golias. Entretanto, quando nos aprofundamos no tema percebemos que, na verdade, Deus foi o verdadeiro vitorioso nessa batalha (e em todas as batalhas descritas na Bíblia Sagrada). Davi era apenas um garoto de 14 anos no máximo, o que nos mostra que qualquer graveto nas mãos de Deus é mais poderoso do que a arma mais letal nas mãos dos homens. Esse garoto derrotou um gigante que aterrorizava todo o exército israelita. Tem noção do que isso significa? É como uma criança entrar num ringue de boxe e derrotar o lutador que defende o cinturão, é como uma pessoa não habilitada e que nunca dirigiu na vida vencer, de fusca, uma corrida contra o melhor piloto de fórmula 1, usando super esportivo.

Em resumo, as chances não eram mínimas, eram simplesmente inexistentes. Entretanto, quando temos Deus de um lado, podemos ter 100% de certeza que esse será o lado vencedor independentemente das aparências.

Portanto, em nossa luta contra a PMO (uma luta desigual na qual estamos do lado aparentemente mais fraco) só venceremos de fato quando colocarmos a luta sobre as mãos divinas. Bloqueadores, rotina, estudo, treinamento físico e tantas outras estratégias são, sim, muito importantes, porém, nenhuma delas serão suficientes para a nossa vitória.

Efésios 6.10-13
“Quanto ao mais, sejam fortalecidos no Senhor e na força do seu poder. Vistam-se com toda a armadura de Deus, para poderem ficar firmes contra as ciladas do diabo. Porque a nossa luta não é contra o sangue e a carne, mas contra os principados e as potestades, contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal, nas regiões celestiais. Por isso, peguem toda a armadura de Deus, para que vocês possam resistir no dia mau e, depois de terem vencido tudo, permanecer inabaláveis.”

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Me afastei bastante do fórum e, como consequência, me esqueço da urgência dessa questão em minha vida. O início do ano foi há pouco mais de 4 meses e, naquela data, eu acreditava que passaria o ano todo sem cair. Desde então, inúmeras quedas aconteceram. Estou extremamente farto disso. O meus seguintes passos serão: entender por que sou viciado (examinar minha infância e adolescência e registrar num relato detalhado), desempenhar diariamente atividades que me ajudem na luta contra o vício (leitura bíblica, oração, jejum, registrar no diário, realizar outras atividades saudáveis), analisar todos os gatilhos que me fazem cair e reconhecer meus pontos fortes na batalha.

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Um pouco de história

Durante a minha infância eu sempre tive comigo um valor moral acima do esperado mesmo sem ter nenhum tipo de ensinamento prévio. Recordo-me de repreender meu pai quando ele olhava para outras mulheres, já naquele tempo não fazia sentido algum na minha cabeça ele agir daquele jeito sendo que ele é casado com minha mãe.

O tempo foi passando e lembro-me, também, de ter algum contato com certos conteúdos pornográficos por curiosidade. Eu pesquisava por “mulher nua”, “streaptease” e afins, apenas buscava suprir uma curiosidade não considero que o vício se desenvolveu a partir disso até porque eu nem me excitava enquanto assistia.

O ponto de inflexão foi a partir de quando eu comecei a fazer karatê e participar de campeonatos. Foi quando meu pai passou a cobrar resultados de mim, me pressionar e projetar os fracassos e frustrações dele em mim. Ele quer que eu seja tudo que ele não foi e isso trouxe um grande estrago para minha vida. Eu não correspondi nada bem a isso, comecei a fugir de provas, testes e quaisquer desafios que me exigissem desempenho. Na prática o que aconteceu foi que eu queria me sabotar de uma forma tal que não ficasse nítido que o culpado era eu mesmo. Exemplo: certa vez estávamos indo para o local de um campeonato e eu estava torcendo para que nós chegássemos atrasados (eu não seria testado e a culpa não seria minha).

Hoje em dia, não é muito diferente. A pornografia é a cortina que eu uso para explicar todas as minhas frustrações. Por que você ainda não passou no concurso, Edmon? Por causa da pornografia. Por que você não é um cristão mais maduro, Edmon? Por causa da pornografia. Por que você não tem o shape que tanto deseja, Edmon? Por causa da pornografia. Portanto, me viciei em pornografia apenas para ter uma desculpa boa para o fracasso. Não sou viciado em pornografia, sou viciado em me sabotar. Sempre caio em momentos que eu deveria estar fazendo outra coisa (estudar, ler a Bíblia, treinar, tocar violão, ou qualquer outra atividade da minha rotina). Eu tenho medo do fracasso e escondo isso na pornografia.

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Próximos passos

Minha recente descoberta a respeito dos meus gatilhos continuam se confirmando. Hoje mesmo, enquanto estadava, senti desejo de consumo e consegui controlar justamente por saber qual era a fonte disso. A luta a partir de agora é contra mim mesmo, contra o medo do fracasso e da frustração. A renovação da mentalidade deve ser diária, não vim a este mundo para provar nada para ninguém. Vivo para Cristo e somente para Ele.

Vou procurar me nutrir de conhecimento a respeito de procrastinação, frustração, sabotagem e afins. Grosso modo sei que devo organizar minha vida, ter uma rotina saudável e etc., mas também sei que “investir em conhecimento gera os melhores lucros”.

Chega de viver com medo.

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