Os devidos cumprimentos a todos que estão nessa jornada. Desde os 10 anos que eu consumo esse tipo de material e hoje tenho vinte e seis. Hoje é meu primeiro dia de reboot e eu asseguro para vocês que já estou curado desse vício. Como isso seria possível? “Este homem é um louco”, alguém poderia pensar. Vou retroceder alguns capítulos na minha jornada para que as coisas possam ser mais bem compreendidas. Conheci a pornografia de forma rotineira, sempre é alguém que apresenta pra alguém, ou se esbarra nisso por aí. Os usuários de pornografia se pudessem nunca teriam começado, então significa que a forma como isso chega na vida deles, na maioria das vezes é espontâneo e comigo também foi assim. Quando a internet começou a ficar mais rápida e o acesso a esse conteúdo também, via smartphones, o meu acesso cresceu na mesma proporção. E isso acontecia diversas vezes ao longo do dia. Eu achava comum, normal, afinal, muitos e muitos caras faziam. Há toda uma cultura na sociedade incentivando uma hipersexualização e quando esse sexo real não é encontrado, o indivíduo sente-se no direito de consumir sexo ainda, de alguma forma, algo mais rarefeito, mais precário do que seria sexo. Com os hormônios a flor da pele pós orgasmo e durante o passeio por um mundo de vídeos eróticos, a pessoa se sente aliviada ou algo assim, como se um vazio fosse preenchido, mas logo essas coisas começam a nos estimular menos, gerar mais ansiedade, frustração e aquilo que um dia amenizou nossa ansiedade nos leva a mais ansiedade e mais stress. Só que perceber isso acontecendo é muito difícil. O que leva ao quê? Entender a correlação de hábitos em nossas vidas é um desafio e tanto, sejam quais forem os hábitos. Quando eu percebi que o consumo exagerado de pornografia estava me matando, comecei a tentar parar e aí, como muitos podem ter experimentado, que a coisa fica feia. Algo dentro de nós começa a lutar contra aquela mudança. E não há como evitar o caminho das pedras, a gente acaba uma hora tropeçando, reiniciando o reboot. Mas como alguém como eu, ousaria dizer que após iniciar hoje, dia 09 de junho de 2021, já está curado do vício e tem a plena certeza que não recairá mais? A resposta para essa pergunta é simples, eu tentei o uso da força de vontade e também usei dezenas de bloqueadores, mas sempre algo em mim dava um jeito de me sabotar. Desde 2018 eu tentava me livrar desse vício. Qual o padrão ocorria? Eu ativava os bloqueadores e tentava seguir minha vida, mas eu tinha a sensação de que estava perdendo alguma coisa, de que tinha direito a ter orgasmos diante da pressão da vida, de que ao viver em nofap eu estava fazendo algum sacrifício. Mas como eu não enxergava essa estrutura em minha mente acabava recaindo. Minha maior streak com o uso da força de vontade e bloqueadores foram 164 dias, sendo que na época eu namorava, então como eu poderia ter sexo real significava que era mais fácil viver em nofap sem pmo, pelo menos nisso minha mente acreditava. Acontece que eu logo ficaria solteiro, o que fazer a partir disso? A grande verdade é que não há contexto mais fácil ou mais difícil para levar a vida nofap, e caso sua mente diga que existe, saiba que é apenas uma crença. E eu só vim entender isso quando li o livro EasyPeasy que foi postado no fórum Rewire Companion, enquanto eu navegava pelo fórum BlockerX, ao ver uma divulgação do livro por um dos membros, tive o interesse de ler. É curioso como foi meu acesso ao livro, eu tinha acabado de resetar o reboot, já estava há 4 dias sem consumir pmo, mas o livro incentivava que eu consumisse até o final do livro e eu fiquei curioso demais com aquilo e decidi seguir a risca a orientação. Recaí conscientemente enquanto lia o livro e quando chegou próximo ao final eu já estava tão desanimado em consumir pornografia que parecia que eu estava consumindo obrigado, toda vez que o autor ficava incentivando. Essa sensação ocorreu no meio do livro num momento mágico e inesperado que foi uma espécie de “a-há!” interior, eu sabia mesmo consumindo aquilo, que já estava curado. Parece um paradoxo, parece uma contradição, parece algo de gente mentirosa, mas eu não tenho como explicar em palavras melhores. O autor ainda no final, faz uma última orientação: realizar uma última sessão de pmo e depois que você realizar aquilo, nunca mais você irá espiar de novo, você faz um juramento de que nunca mais espiará e fim, você não faz mais, não precisa se preocupar com mais nada. Como esse “a-há!” interior surgiu? Surgiu pura e simplesmente da derrubada da “lavagem cerebral” que o livro provoca. A pornografia cria uma lavagem cerebral e o livro derruba isso. Com essa simples derrubada, é espontâneo e natural que a pessoa queira e consiga se afastar para sempre, sem nem mesmo usar a força de vontade para isso. É natural! É leve! Alguns aqui irão querer ver para crer. E eu prometo a vocês que permanecerei honesto no processo, caso eu recaia, eu irei relatar aqui e resetarei o contador, o que eu sei que não irá acontecer, pois entendi de maneira profunda e indiscutível (dogmática) que independente do que aconteça no meu exterior eu não tenho direito a um orgasmo, bem como entendi que a pornografia não tampa o vazio, ela cria esse vazio. O processo precisa ser entendido assim: consumir pornografia aumenta o consumo, então sendo apenas isso, não há necessidade nenhum do uso de força de vontade para lidar com isso. Se você não espiar mais, fim, acabou o vício. Existe mais uma última coisa, não se está buscando efeitos mágicos e benefícios mirabolantes que existam após 90 dias de nofap, caso tenham esses benefícios, ótimo, mas caso não, não precisa ligar para isso, a única coisa que você na verdade está buscando é a sensação de estar livre da pornografia e você pode conseguir isso agora, basta parar e não espiar de novo.
Hoje, dia 09 de junho de 2021, às 10:34 da manhã eu realizei minha sessão final, como orienta o EasyPeasy. Irei postar mais sobre meu processo, caso surjam benefícios ao longo do caminho, mas eu garanto para vocês que se for só essa sensação de liberdade e do fim dessa lavagem cerebral, que eu sinto agora, nesse primeiro dia, entendendo que eu já estou livre para sempre, pois o momento “a-há!” já veio e a lavagem cerebral acabou, portanto não tem mais nenhuma motivação mental, ou como diz o autor de EasyPeasy, não há mais nenhum grande monstro me prendendo na pornografia e me levando a recair, só essa sensação já valeu tudo. E por isso o processo de reboot não precisa ser essa agonia, pare de se lamentar, pare de achar que é um sacrifício, você não está perdendo nada, aprecie apenas a sensação de libertação que ocorreu assim que você fechou aquelas janelas do seu navegador e não espie de novo. Recomendo a todos que leiam EasyPeasy, o link está abaixo. Um abração a todos e boa jornada.
Link do livro: