Uma jornada muito esperada

“Numa toca no chão, vivia um hobbit…”, assim começa um dos meus livros preferidos. Eu sempre me vi muito nesses personagens criados por Tolkien por serem gente simples, às vezes preguiçosa, sempre comilona e bastante serena. Diferente dos outros povos e raças da Terra Média, os hobbits pouco ou nada faziam, não se envolviam em aventuras e muito menos se arriscavam po algo. Esse comportamento “de gente pequena” preparou o terreno para que eu, na pequenez de um rapaz de 13 anos, mergulhasse nesses males terríveis de PMO.

Hoje vejo que de fato sou um hobbit. Não o mais virtuoso dos hobbits, mas o mais mesquinho, o mais sujo, o mais egoísta e o mais impuro deles. Como um covarde, escondo-me em minha toca e me ocupo de alimentar minhas paixões interiores que acabam por tornsr-me menos humano e mais semelhante a uma toupeira.

Porém, como Bilbo no livro, fui encontrado por um Mago que disse que eu tinha o que era necessário a outros e que eu tinha utilidade em uma aventura para retomar uma montanha que hoje pertence a um dragão. Mau sabia eu em que metia, mas segui-O, porque, por mais que eu O negasse o convite, Ele vinha até mim, escancarava as portas da minha casa e dava um banquete com meus suprimentos; Ele verdadeiramente dava aos outros aquilo que era meu, e eu, curiosamente, me sentia bem dando liberdade ao Mago e acolhendo gente estranha. Quando partiram, senti-me mais que chamado a embarcar na aventura e deixei tudo para trás e fui. Neste dia deixei de ser toupeira.

Ao longo da jornada enfrento perigos, cai muitas vezes e me feri, mas, mesmo que eu sinta falta e queira voltar, Ele não me deixa desistir! Meu Gandalf sempre providencia algo para que mesmo ferido eu prossiga. No caminho quase morri diversas vezes e até encontrei algo mágico e poderoso que me facina mas me leva a retornar ao estágio inicial da jornada: a covardia, e talvez até uma covardia pior e mais desumana. Por fim, fui diante do dragão e convencio-o a sair para que o matassem e se pusesse fim a guerra pelos tesouros da montanha, e voltei a minha vila onde pude repousar na minha toca novamente, contar minhas histórias e passar o Um Anel da covardia para alguém destruí-lo.

Hoje vejo como a luta contra o vício PMO é essa jornada, que a toca e a montanha são meu interior, que Gandalf é Deus, que os aliados são os amigos, que o Um é a covardia (que muitas vezes é até uma ajuda contra a queda no vício), e que eu sou este Bilbo que precisa sair de si para a aventurar de vencer-se!

Meu dia 1 recomeça hoje. Espero não falhar nessa jornada!

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