Olá todos! Alguns aqui já me conhecem, mas para aqueles que não, sou Chucks, um usuário relativamente antigo do fórum. Tive meus altos e baixos, e depois de todo esse tempo, pela primeira vez, resolvi criar um diário.
Desde que conheci esse fórum, encarar o vício se tornou um pouquinho mais fácil, porém ainda é um grande desafio.
É muito difícil para mim expôr meus problemas (mesmo que anonimamente), mas tentarei aos poucos.
Nos últimos dias as coisas foram terriveis para mim (muito mais do que esperava), pois o vício me levou (dessa vez) ao nível da merda pela busca do “prazer”. Me sinto menos humano, principalmente por não me importar (de certa forma) com a desgraça daqueles que vi numa tela apenas para minha “satisfação”. Sei que num pequeno vacilo, mesmo com sentimento de culpa, lá estarei eu novamente buscando as mesmas coisas. Me envergonho muito (principalmente diante de Deus) pelo que me tornei. No momento, me sinto no fundo do poço (de verdade mesmo). Infelizmente não consigo (e talvez não tenha coragem) de detalhar o tamanho da minha desgraça.
Acredito que há um pouco de confusão em meu modo de pensar no momento, por isso resolvi hoje começar ler novamente o ebook sobre o vício para me ajudar a colocar as ideias no lugar.
Espero (se Deus permitir) continuar com esse diário.
Obs. A palavra “DIA” aqui nesse diário não representa o tempo sem “PMO”. No lugar disso escreverei “STREAK” no início de (quase) toda postagem.
Aqui estou mais uma vez para compartilhar um pouco de como foi meu dia.
Um dos motivos deu nunca ter feito um diário público é que sinto muita vergonha quando entro num ciclo de recaídas. Não acho que maioria aqui me julgaria por isso, mas é como me sinto. Vou tentar insistir nesse diário da forma mais sincera que eu puder.
Na madrugada desse dia as coisas foram difíceis. No início parecia tudo normal. Fiz algumas coisas online, ativei uma segunda camada de bloqueio no meu celular (que permite o uso apenas de alguns apps) e fui assistir uma série com quase 0% de gatilho (The Office). Enquanto assistia, do nada, comecei a lembrar das coisas que vi no dia anterior, e então me sobreveio uma vontade tão intensa que só não caí (nesse momento) por causa do bloqueador (que tentei burlar algumas vezes). Pensei que estava tudo bem, que havia passado, mas eu estava enganado… ela veio, e dessa vez não consegui resistir. Desativei o bloqueador (pois o tempo da segunda camada havia acabado), joguei uma grana fora com internet móvel para consumir o mesmo de antes, e fiquei nisso por horas. Após toda a merda, eu simplesmente não senti nada. E isso me deixou preocupado. Estou doente. Preciso me curar desse vício.
Embora o ebook “de como parar com a PMO” diga que não devemos considerar nossas atitudes em relação ao vício como alguma espécie de “safadeza”, “preguiça”, “falta de vontade”, ou até mesmo algum “problema de caráter”, não consigo deixar de pensar que me tornei uma pessoa má e perversa. Não tenho coragem de dirigir nem sequer uma palavra a Deus.
Embora ainda muito para baixo, eu quero e vou tentar algo novo baseado nas (poucas) partes positivas do dia antes da queda. Espero que dê certo.
Não sei se também é assim com vocês, mas eu geralmente não fico o dia todo pensando em coisas relacionadas a “P” (apenas por um tempo após uma recaída), mas mesmo assim a vontade de consumir determinadas coisas aparece, sem gatilhos, mesmo que eu esteja fazendo algo nada a ver, como jogar videogame, ler livros ou assistir filmes. Me concentrar em algo sem que eu sinta essa vontade se tornou algo muito difícil (e acredito que a causa seja ansiedade ou estresse relacionado a essas atividades).
Em relação aos gatilhos, minha mente as vezes é bem fértil. Acho que consumi tanto essa porcaria que acabei adquirindo a “habilidade” de associar as coisas mais a aleatórias e sem sentido a uma cena ou imagem “P”. Preciso realmente recuperar minha saúde mental.
Na madrugada de hoje tive sonhos eróticos. É um problema que aparece sempre que fico algum tempo sem PMO (e me faz sentir de mãos atadas). Geralmente são sobre “profissionais” conhecidas, o que faz eu passar o dia todo pensando nelas até ceder. Infelizmente não sei lidar muito bem com isso.
Embora o dia tenha sido difícil, consegui chegar até o fim dele limpo.
Na madrugada desse dia eu pretendia organizar algumas coisas importantes online (pois é quando tenho internet a vontade), mas infelizmente, me sobreveio a vontade mais uma vez, e de forma compulsória, fui atrás das mesmas coisas de antes (meus bloqueadores estavam desativados). Fiquei horas nessa merda.
Destruído, passei o resto do dia pensando no que fazer para me livrar desse problema (é bem difícil tentar se manter no proposito depois de tantas derrotas).
Na transição do dia 04 para o 05 eu senti novamente a vontade, e então resolvi (com muito pesar) apenas “M” para não ver “P”. Embora eu tivesse fantasiado as mesmas coisas nojentas de antes, foi melhor do que ter visto, pois eu “investiria” muito tempo nisso.
Eu “M” mais três vezes durante esse dia (o que não é bom), porém não fantasiei as coisas nojentas. Acredito que eu podia facilmente (acho) não ter “M” hoje, mas eu estava um pouco frustrado… e também com medo de fantasiar (ou ver) as coisas que me fazem mal. Embora esteja longe do desejado, apenas “M” e “O” é menos prejudicial que “P”. Certa vez eu fiquei um bom tempo sem “P” (incluindo fantasias “P”), e garanto que é perceptível os efeitos positivos em pessoas como eu que (infelizmente) consome coisas pesadas.
Como alguns de vocês sabem, existe níveis no reboot, e embora eu ainda esteja “M”, meu objetivo é abstenção total.
Não quero poluir seu diário, tá tudo bem organizado, mas queria dizer que eu também passo por isso com frequência. Creio que ao invés de fértil eu diria que a mente é deturpada e só tende para o que não é bom. Já li algo sobre memórias pornográficas e algo do tipo, mas ainda acho assustador a forma como consigo me lembrar desse conteúdo com facilidade, até os primeiros que cheguei a consumir. As vezes do nada algo me vem a mente relacionado a isso e me afeta fisicamente e isso me envergonha muito. Não consigo descrever o quão difícil é tratar disso com Deus, e vez ou outra me distancio de tudo por achar que é assim que tem que ser, o pior parece que não é o cair, mas o levantar ou o se reestruturar depois. Que nosso Senhor nos ajude a ter a mente dele.